Fla dá adeus à invencibilidade de forma melancólica: Atlético-GO 4 a 1


Time carioca perde no Engenhão a sua primeira partida em 17 jogos pelo Campeonato Brasileiro, e goiano se afasta da zona do rebaixamento

Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
Numa noite em que deu tudo errado para o Flamengo e tudo certo para o Atlético-GO, caiu o último invicto do Brasileirão 2011. Com inteligência, eficiência e todos os méritos, o Dragão, que ocupava apenas a 15ª colocação quando entrou em campo, derrotou o vice-líder com facilidade, por 4 a 1, e ficou mais longe da zona do rebaixamento. O time carioca, completamente atordoado no esquema com três zagueiros - entre eles o estreante Alex Silva - perdeu sua invencibilidade de 16 jogos no campeonato de maneira surpreendente e melancólica, nesta quinta-feira, no Engenhão, pela 17ª rodada. O público foi de 7.649 pagantes (10.278 presentes), que proporcionaram uma renda de R$ 203.440,00.
A vitória levou o time goiano, que vinha de vitória sobre o Santos, para 19 pontos. O carioca, que sofreu sua segunda derrota na temporada (a outra foi para o Ceará, também no Engenhão, pela Copa do Brasil), ficou nos 34, três atrás do líder Corinthians, que ainda soma duas vitórias a mais (11 contra nove). A próxima partida do Flamengo será contra o Inter, domingo, às 16h (de Brasília), no Beira-Rio. O time terá os retornos de Ronaldinho Gaúcho e Renato, que cumpriram suspensão automática. Já o Atlético-GO recebe no mesmo horário, no Serra Dourada, o outro gaúcho, o Grêmio.
thiago neves flamengo x atlético-go (Foto: Alexandre Cassiano/Globo)Retrato do Fla nesta quinta: Thiago Neves desolado no gramado (Foto: Alexandre Cassiano/Globo)
Com time mal escalado, Fla leva dois gols no primeiro tempo
Como era de se supor, com a escalação de três zagueiros (o estreante Alex Silva entre Wellinton e Ronaldo Angelim), dois volantes (Airton e Willians) e apenas um atacante (Deivid), o Flamengo teve imensas dificuldades para furar o bloqueio defensivo do Atlético-GO. A ideia de liberar os laterais para atuarem como alas só funcionou um pouco com Léo Moura no início e com Junior Cesar na parte final do primeiro tempo. No entanto, de que adianta ter jogadas pelas laterais se pouca gente entra na área adversária?
Para piorar a situação do time carioca, o goiano, que tinha como prioridade máxima se defender, conseguiu um gol logo aos 13 minutos por intermédio de Pituca, aproveitando saída em falso de Felipe. Ao contrário do que se imaginava, com a vantagem o Atlético-GO não se entrincheirou, pelo contrário, passou a marcar a saída de bola do Flamengo. Mas isso não durou muito tempo e o que era óbvio prevaleceu: o Dragão poupou fogo nas ventas e ficou esperando o melhor momento para dar o bote. E ele viria!
A falta de imaginação no meio de campo flamenguista fez sua torcida ver o evidente: como Ronaldinho, que assistia à partida de camarote, faz falta! E o também suspenso Renato, com seus potentes chutes de fora da área. Thiago Neves e Bottineli erravam muito e, por incrível que possa parecer, Willians é quem distribuía melhor as bolas no meio de campo, o que não significava que conseguisse grandes coisas.
Diante deste panorama, as bolas alçadas para a área sem qualquer eficiência se sucederam. Percebendo o Flamengo atordoado, o Atlético-GO dava suas estocadas de vez em quando e dificultava a vida dos zagueiros adversários, nada menos do que sete: dois laterais, três zagueiros e dois volantes. E no meio de todos eles, Juninho penetrou na área, aos 37, e marcou o segundo gol da equipe goiana.
Deivid perdeu a melhor chance para a equipe da casa logo depois, mas foi só. Mesmo jogando em casa, o Flamengo pouco ameaçou o gol adversário. Isso era previsível com a escalação que Vanderlei Luxemburgo pôs em campo, o que não era de se desconfiar é que com tantos defensores o time carioca saísse do primeiro tempo perdendo por 2 a 0.  Mas foi o que aconteceu.
gol  flamengo x atlético-go (Foto: Alexandre Cassiano/Globo)Jogadores do Atlético-GO comemoram um dos gols sobre o Flamengo (Foto: Alexandre Cassiano/Globo)
Luxa tenta acertar o time, mas Felipe volta a falhar
Luxemburgo tentou corrigir seu erro tirando Alex Silva e colocando o atacante Jael para a etapa final e ficou claro logo de cara que o Flamengo tentaria sua reação com ataques aéreos contra o
Dragão. E também ficou evidente que o Atlético-GO só agrediria o adversário em situações muito favoráveis. E numa delas conseguiu um escanteio e, da mesma forma que abriu o marcador, fez o terceiro com Anselmo, em nova falha de Felipe.
A partir daí, os erros de passe, que já eram marca registrada do time carioca no jogo, se intensificaram. O nervosismo tomou conta do Flamengo, das arquibancadas ao gramado, passando pela beira do campo, onde Luxa se irritava a cada passe desperdiçado por sua equipe.
O técnico do time da casa ainda pôs Diego Maurício no lugar de Deivid e Fierro, no de Airton, o que resultou em quase nada. Do outro lado, o estreante Hélio dos Anjos, ex-goleiro do Flamengo, orientava seu time para continuar puxando contra-ataques rápidos com Juninho e Anselmo, e, com exceção de uma bola na trave de Diego Maurício com quase meia hora de segundo tempo, o Atlético-GO parecia mais perto do quarto gol do que o adversário do primeiro.
E foi o que aconteceu. Anselmo fez grande jogada e deu de bandeja para Diogo Campos marcar. Boa parte da torcida do Flamengo, que já gritava "olé", aplaudiu o gol do adversário. Jael, com raça, ainda fez o de honra, embora esta seja uma qualificação que nenhum flamenguista daria para esse gol, afinal de contas viu seu time perder de 4 a 1 para uma equipe que nunca havia vencido um carioca no Rio de Janeiro.